Brasil, país grampeado. O que podemos fazer?

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Encontro debate amanhã, em São Paulo, projeto que ameça calar críticas feitas aos politicos na internet — e escancarar dados privados de quem navega na rede. Detalhe: ainda é possível reagir…

Por Actantes

Estamos todos reféns dos interesses obscuros que pautam o Congresso Nacional. E a cada dia que termina, vamos descobrindo um pouco mais que, para eles, não existe a expressão “ir longe demais”.

No meio das tantas leis obscuras que transitam em silêncio nas comissões do Congresso Nacional, destaca-se o PL 215. Esta peça legislativa tem o poder de silenciar as críticas contra figuras controversas da nossa política. Ao mesmo, torna públicas informações de importância equivalente ao sigilo bancário e telefônico de cada internauta brasileiro, tornando as nossas intimidades um livro aberto.

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Mas não se engane! Não é apenas mero controle — é também dinheiro.

Controle e vigilância são um negócio. Mais perigoso do que o PL 215 sozinho é o conjunto de iniciativas que caminham em paralelo a ele. Não é apenas a obra de certos políticos hipócritas e extremistas, mas um grande teatro corporativo que tem muito a lucrar com essas transformações e que está disposto a financiar o que for necessário para alcançar seus objetivos.

Na reta final do Ciclo CriptoSampa , uma aula pública especial discutirá o panorama, as consequências — e, em especial, as medidas de resistência possíveis para a sociedade civil — contra o avanço da censura e da vigilância em massa na internet do Brasil.

PRÓXIMO SÁBADO, DIA 31 DE OUTUBRO, NO CENTRO CULTURAL SÃO PAULO A PARTIR DAS 14 HORAS.

LINK PARA O EVENTO:https://www.facebook.com/events/1496239770704009/

 

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2 comentários para "Brasil, país grampeado. O que podemos fazer?"

  1. José disse:

    Obrigado Pedro, fico feliz ao ler comentários de gente esclarecida. Os comentários na imprensa empresa são tristes, se não vem de robôs, vem de zumbis…

  2. Pedro Augusto Pinho disse:

    REFLEXÕES
    Os Governos Militares, após 1967, estiveram diante de um dilema: continuar servindo às potências coloniais do ocidente e as apoiando na luta contra a União Soviética e o comunismo ou encetar um projeto de desenvolvimento econômico soberano. As duas vertentes foram adotadas, resultando em vários conflitos que acabaram por levar ao fim o ciclo de Governos Militares. Resumirei estas crises com o Programa Nuclear Brasileiro e a denúncia do Acordo Militar com os EUA em 1977. Este último, e bom lembrar, foi retomado em 2010 pelo Presidente Lula.
    Para o Projeto de Desenvolvimento, os Governos Militares utilizaram o Estado, com suas empresas de economia mista, já existentes e as que foram criadas, e os empreiteiros de obras públicas, fortalecendo a engenharia brasileira. Não por acaso são estes braços do desenvolvimento o principal alvo da Operação LavaJato, aplaudida no Brasil e no exterior pela imprensa servil ao capital financeiro internacional.
    Não sendo os Governos Militares um conjunto monolítico, mas um acordo de correntes nas tres armas além da administração de vaidades, fica difícil saber com exatidão se havia, ao menos no grupo dominante, a compreensão das mudanças que estavam ocorrendo no capitalismo a partir deste final dos anos 1960.
    Embora nada mudasse, seria interessante confrontar esta percepção dos nossos governantes naquela época com a de Leonel Brizola, narrada por Alfredo Sirkis, em 21/06/2006, a Clovis Brigagão e Trajano Ribeiro, constante do livro Brizola (Paz e Terra, 1ª edição, 2015, pag. 67):
    “Pois Brizola, ali (em 1978), junto à costa portuguesa, uma década antes de qualquer lider político mundial, diagnosticou o colapso da União Soviética, a reunificação das duas Alemanhas, além de afirmar sobre a sinuca de bico que seria para o Brasil a globalização e a hegemonia do neoliberalismo”.
    Só relembrando, Mikhail Gorbachev assumiu na URSS em 1985.
    Talvez o General Ernesto Geisel, visto por suas ações de governo, também intuísse a ação malévola para o Brasil que o capital financeiro internacional empreenderia, mas não devia encontrar apoio interno nem, principalmente, externo para reagir.
    Nenhum líder, no entanto, poderia antever a tragédia das eleições de 1989. Um jovem playboy, de família de políticos na tradição patrimonialista, que ocupara cargos pela influência destas famílias, ou seja, não se submetera a um efetivo trabalho, e, o que é mais grave, não tinha um projeto nacional mas um slogan: caçar marajás, ou seja, funcionários públicos, ocuparia a Presidência sob a pressão do capital financeiro internacional. Curiosamente, em 2014, outro candidato se lançou com idêntica roupagem, mas não obteve êxito.
    O resultado não foi apenas o desmonte do projeto de desenvolvimento, mas a destruição das instituições que lhe deram consistência e efetividade. Em parte este desmonte foi feito pelas privatizações, em parte pela mudança de orientação das instituições e também pelas nomeações de corruptos e incapazes para dirigi-las. É o início da tragédia que vivemos atualmente. Os governos seguintes ou aprofundaram este estado, como o de Fernando Henrique Cardoso, ou não alteraram o domínio do capital financeiro, embora tenha aproveitado uma pequena janela dos orçamentos públicos para tirar milhões de brasileiros da miséria, que lhe vale enorme capital político.
    Agora no Governo Dilma Rousseff, em muitos aspectos semelhantes ao do Presidente Geisel, foi tentado um confronto com o capital financeiro internacional. Prova disto está na reconstrução da Base de Lançamento de Foguetes de Alcântara, no Maranhão, na compra de aviões com transferência de tecnologia à Suécia (mutatis mutandis, com semelhança ao acordo nuclear) e na hercúlea luta para manter a Petrobras operando o Pré-Sal, mas aceitando a imoral taxa de juros Selic.
    Entende-se, atualmente, que para o desenvolvimento soberano o País deve dominar três tecnologias: nuclear, aeroespacial e informática. Esta última fez parte do lamentável desmonte desencadeado a partir de Fernando Collor, que também atuou na primeira, ambas com participação posterior e efetiva de Fernando Cardoso, e a nuclear sendo alvo da LavaJato. Com a reativação da Base de Alcântara veremos novas investidas contra o atual Governo.
    Os recursos do Pré-Sal são no momento o principal alvo do capital financeiro internacional, o que provam os diversos projetos que tramitam no Senado e na Câmara dos Deputados. Mas, como bom estrategista, o capital financeiro usa vários alvos para confundir, no que a imprensa monopolista é sua grande aliada: corrupção, que tem grande apelo popular, incompetência apenas para os governantes que se lhe opõem, ocultação dos progressos econômicos (produção de petróleo) e sociais (atendimento á saúde em áreas carentes), e a discussão prematura e inútil das eleições de 2018, ignorando as de 2016 (!).
    Entendo que a ausência de um rosto dificulte a identificação do capital financeiro como o grande mal, não apenas nacional, mas internacional. Falar em globalização quando a Europa servil a este capital constrói muros e mais muros impedindo a circulação humana é um escárnio à inteligência. Exigir contenção de despesas sociais para pagar especulações financeiras mal sucedidas é de um ridículo maldoso. Mas a imprensa está aí para deturpar, mentir e ocultar os fatos em proveito destes donos do mundo.
    Cabe uma reflexão sobre a elite nacional, bacharelesca, escravagista, rentista e apegada à propriedade territorial. Ela manteve nossa população ignorante e, para os que chegavam à escola, uma educação alienada, voltada para a glorificação das metrópoles e desprezo pelos temas nacionais. Seu vêzo bacharelesco, a impede, mesmo nos setores menos retrógrados, de conduzir um genuino projeto desenvolvimentista.
    Assim fica nosso povo vulnerável aos dois bichos papões com os quais o ameaçam elites nacionais e coloniais: comunismo e corrupção. Foi com este mote que derrubaram o primeiro Governo a colocar a industrialização como meta, que procuraram impedir toda mudança social, que um país industrial e moderno exigiria, e também sibilinamente criaram dificuldades para os Governos Militares no projeto de um Brasil Soberano. A associação desta elite nacional ao capital financeiro internacional é, hoje, evidente, quando se lê na imprensa, a cada dia, a defesa daqueles interesses.
    Mas, até quando estas trevas conduzirão nossa Nação?
    Pedro Augusto Pinho, avô aposentado

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