Aconteceu em Kampur

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Dois pequenos primatas protagonizam, num tempo de indiferença, uma cena do que poderia ser chamado de “ativismo humano, permanente e intenso”

Por Antonio Martins

Bilhões de pessoas comemoram hoje, em todo o mundo, o Natal. Acreditam sinceramente em valores e sentimentos como solidariedade, compartilhamento e amor. Às vezes, associam-nos a religiões. Outras vezes, esquecem-se — ou não chegam a enxergar — que preservar tais sentimentos e valores exige uma espécie de ativismo humanista, permanente e intenso; que eles estão em xeque sempre que alguém é destroçado pelo disparo da metralhadora de um drone, nos confins do Yemen, e não fazemos nada.

O vídeo acima pode ser visto como um elogio deste ativismo pemanente e intenso. Foi feito numa estação ferroviária em Kampur, Índia. Não tem, como protagonistas, seres humanos Trata de dois pequenos macacos. Um deles foi eletrocutado, ao passar por fios desencapados junto aos trilhos. Parece moribundo. Mas é resgatado por seu companheiro, que o retira da fenda em que caíra, bate-lhe na cara para que desperte, banha-o em água e, depois de vinte minutos, completa o salvamento com um tapinha nas costas — um “estamos juntos”. Talvez haja, nas cenas, uma lição política exemplar.

 

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Um comentario para "Aconteceu em Kampur"

  1. Alexandre Machado Rosa disse:

    a cena é, de fato, impressionante. Parabéns por nos desviar o olhar para além da imagem, nos permitindo pensar o conceito de humanismo, colocado de lado pelo egoísmo e pela ideologia neoliberal.
    Abraços
    Alexandre Rosa

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