Brasil e nova imigração: estamos abertos aos não-brancos?

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Em S.Paulo, secretaria de Direitos Humanos tenta integrar latino-americanos, africanos e asiáticos — que trabalham e enriquecem o mosaico cultural brasileiro, mas são discriminados por parte da sociedade

Um vídeo do Coletivo Candeia

Amortecida desde o fim da II Guerra Mundial devido à reconstrução da Europa e, mais tarde, às crises econômicas que atingiram o país, a imigração para o Brasil voltou a crescer, desde o final da década passada. Quase 600 mil estrangeiros buscaram trabalho aqui, só entre 2010 e 2011. Em pouco tempo, os imigrantes passaram a representar um percentual da população só superado na última década do século XIX.

Este fluxo já não tem as caras e cores do “branqueamento” — a política de europeização étnica que as elites brasileiras praticaram ativamente, há pouco mais de cem anos. O mosaico cultural é enriquecido agora com os rostos indígenas de bolivianos e peruanos em suas feiras de rua; a malemolência de africanos e haitianos; os olhos puxados de coreanos e chineses.

Integram-se rapidamente — mas parte da população, instigada pela mídia conservadora, os vê com preconceito. “Às vezes, quem age assim é filho ou neto de imigrantes”, espanta-se Rogério Sottili, secretário de Direitos Humanos da prefeitura de São Paulo. Na entrevista ao Coletivo Candeia, ele detalha as políticas adotas pela cidade para receber com dignidade os novos imigrantes e oferecer-lhes ambientes capazes de ampliar as trocas econômicas, sociais e culturais que sua presença, em teoria, facilita.

Entre outras medidas, conta Sottili, a cidade assegurou, junto ao Banco do Brasil e à Caixa Federal, facilidades para que estrangeiros abram contas bancárias; criou um Centro de Referência e Acolhimento; constituiu o Conselho Participativo do Imigrante; e apoia a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 347, que cria, pela primeira vez na História do país, o direito de voto aos não-brasileiros residentes no país. A entrevista, na íntegra, está disponível aqui.

 

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2 comentários para "Brasil e nova imigração: estamos abertos aos não-brancos?"

  1. Aliança Nacional Libertadora disse:

    AUTOR TEM RAZÃO FALANDO SOBRE O RACISMO INERENTE DA ELITE NACIONAL, EM GRANDE PARTE DESCENDENTES DOS IMIGRANTES BRANCOS EUROPEUS.
    AUMENTO DA IMIGRAÇÃO EUROPÉIA PARA O BRASIL
    O Brasil foi por décadas um dos principais destinos de imigrantes de todo o mundo, que saiam do seu país natal em busca de emprego e uma vida mais digna. Nos anos de 1960 perdemos o lugar no podium e assumimos como um dos países que mais envia seus cidadãos para outros países a fim de outra realidade. Entre 2003 e 2007 cerca de 93 mil brasileiros migraram a cada ano para a Europa.
    Segundo estudo realizado pela Organização Internacional das Migrações (OIM) no período de 2008 e 2009, pela primeira vez em 50 anos o Brasil figura como principal país de procura dos europeus imigrantes. Houve aumento no número de estrangeiros vivendo no Brasil, atraídos pelo crescimento econômico do país.
    O perfil desses novos imigrantes é bastante diferente do que se conhecia tradicionalmente no fluxo de trabalhadores, grande parte dos cem mil europeus eram portugueses e espanhóis, solteiros e com nível universitário completo. Segundo o estudo: “destaca-se em especial o caso de imigração ao Brasil de especialistas em engenharia civil e arquitetura, setores onde existe forte demanda devido aos preparativos para a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos”. Além de portugueses, a agência de recrutamento Monster Brasil estima que 56 mil franceses, 33 mil italianos e 32 mil espanhóis estejam buscando trabalho no país.
    Tal cenário é causado pela pior crise vivida pela Europa desde a II Guerra Mundial, o PIB mundial registrou queda de 0,8% países ricos registraram quedas mais expressivas, por exemplo: países na zona do euro registraram recuo de 4,1% enquanto países emergentes registraram aumento, a China de 8,7% e o Brasil uma queda de 0,2%. O Brasil mudou sua política externa, as relações Sul-Sul foram intensificadas e nos tornamos menos dependentes dos países ricos, o que justifica a estabilidade perante a crise econômica mundial, atraindo assim aqueles que vivem nos países em recessão.
    Com a chegada dos estrangeiros, o número de europeus no Brasil se aproxima do número de brasileiros na Europa, 443 mil. Isso porque outra marca do momento é a queda brutal da ida de brasileiros e latino-americanos para Europa. Em 2006, antes da crise, 400 mil latino-americanos desembarcaram nos países europeus. Em 2009, esse número caiu pela metade. Entre 2003 e 2007, cerca de 93 mil brasileiros migraram anualmente para a Europa. A partir de 2008, esse número caiu 30% , o número de brasileiros vivendo irregularmente na Europa caiu de 32 mil em 2008 para 14 mil em 2010.
    Depois de ter uma década com crescimento de 9% na chegada dos imigrantes, a Europa apresentou queda de 34% em 2009. Atualmente 13 países europeus tem uma saída maior de seus nacionais que a entrada de estrangeiros, em 2010 imigrantes europeus trabalhando na América Latina enviaram quase US$ 4,5 bilhões a seus países de origem, até pouco tempo uma prática comum a latino- americanos “trabalhar, economizar, e mandar dinheiro para a família”. A principal origem desse dinheiro foi o Brasil, em 2010 quase US$1 bilhão voltou para a Europa, 2/3 desse dinheiro foram enviados para Portugal e Espanha. No mesmo período os brasileiros que viviam na Europa enviaram US$1,3 bilhões ao Brasil.
    A crise internacional atingiu principalmente países da zona do euro, aumentou a procura de europeus por empregos na América Latina e Caribe, os dados pertencem ao mais amplo estudo já realizado sobre fluxo migratório europeu na América Latina desde a eclosão da crise em 2008

  2. Wesley Düllberg disse:

    O problema não é recebe-los, o problema é que nosso país está literalmente quebrado (já basta a divida externa), e os atuais imigrantes (africanos em geral, bolivianos, haitianos e chineses, menos o árabes) migram em estado de miséria e o governo criou o bolsa imigrante, resumindo isso não existe em lugar nenhum, estão vindo um monte de nigerianos e angolanos ilegais e o governo o recebe de braços abertos e ainda dá bolsa família e imigrante. Outro problema é que nossas principais cidades estão cheias desses imigrantes(ou literalmente dominadas) e agora ficou fora de controle, o governo finge não ver. Isso se trata de um ABISMO AMEAÇANDO GERAÇÕES FUTURAS, vem cada vez mais pobres ilegais aqui e ao invés do governo chuta-los de volta trata eles como reis, minha Florianópolis está cheia de imigrantes ilegais (principalmente angolanos, congoleses e nigerianos), eles dominam o centro da cidade e nós, brasileiros, vivemos achacrados com eles falando inglês na nossa cabeça, mas vamos ser realistas: é sacanagem dar bolsa família para um boliviano que migrou ilegalmente.
    Só neste país, que o imigrante vem ilegalmente (graças a copa o Brasil foi lembrado por muitos deles) e é tratado como rei pelo nosso governo. Agora vem um qualquer e diz: mas aumenta a diversidade cultural – diversidade cultural? Eu só vejo “negão” por aí, os brancos são da ‘elite’.
    O governo tem que chutar esses imigrantes e parar de dar visto, nossas capitas estão fora de controle dominadas por eles. Imagine o caso: uma boliviana com duas sacolas na mão, grávida, pobre, e pensa: acho que vou tentar a vida no Brasil (mais uma querendo literalmente roubar nossos empregos, sem patriotismo) e atravessa a fronteira com duas “sacola” na mão. Pronto, bum, o bebê caiu aqui, virou brasileiro, ela nem visto tinha mas agora pode morar aqui por causa do bebê, o Brasil está no fundo do poço com essas leis.
    São Paulo já deve ter 1 milhão de imigrantes africanos iilegais e governo nem deve saber, assim como na região nordeste que está cheia de chineses. Sem contar os outros, chineses, haitianos, árabes, etc. Alguns vem aqui e só depois pedem o visto. Com essa imigração diária em massa, nosso país está quebrado, os ilegais estão dominando nossas principais cidades.

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