URGENTE: governo Alckmin reage a bala contra nova terapia para dependentes de crack

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Polícia disparou há pouco contra participantes do programa Braços Abertos, em provocação aberta. Conservadores tentam calar projeto humanitário pela força

Por Bruno Torturra, em sua página no Facebook

Acabo de receber a informação de que o governo de São Paulo de Geraldo Alckmin mandou a Polícia Militar para dispersar através da força a Cracolândia.

A retomada da violência de estado para lidar com a questão está em curso nesse momento. Balas de borracha, bombas de gás e feridos.

Toda essa brutalidade no meio de um processo delicado, pacífico e baseado em reconquistar a confiança dos usuários no poder público e abrir uma janela para o diálogo com o programa “De Braços Abertos” que a prefeitura de Haddad mal começou a implementar.

Além da intolerável barbárie, típica e ineficaz, é bom avisar que isso tem a ver com sabotar as chances de sucesso de uma política que foi bem recebida e é oposta à abordagem legalista e repressora e aos interesses políticos dos tucanos.

Revoltante. E mais um exemplo de como é preciso escancarar não apenas a diferença brutal que existe entre as duas visões políticas que disputam a capital. Mas, em poucos meses, vai disputar o Palácio dos Bandeirantes.

E antes que eu me esqueça. Alckmin é um dos políticos mais sujos e desumanos do país. E dos mais imunes à revolta e às críticas da opinião pública.

Não estou em São Paulo. Por isso peço a todos que puderem que corram para lá, registrem e relatem o que está acontecendo. Sei que representantes da Secretaria de Direitos Humanos da cidade estão a caminho. Aguardo novas informações. E tento atualizar vocês por aqui assim que possível.

II.

Ainda sobre a ação violenta da PM hoje na Cracolândia.

Apurando melhor, a coisa só piora.

Nem a prefeitura, nem a Guarda Civil foram avisadas sobre a ação do governo que ocorreu no início da tarde. A PM começou uma operação para prender usuários. Utilizou bombas e balas de borracha toda vez que havia algum tipo de resistência. Assistente sociais e agentes do programa “De Braços Abertos” foram pegos no meio do fogo cruzado. Agora há pelo menos 8 hospitalizados, vítimas da violência policial.

Funcionários da prefeitura e responsáveis pelo programa, incluso o secretário de segurança da cidade, estão perplexos. Resumindo: violência física, atropelamento institucional, e sabotagem política clara.

Isso não pode passar batido

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4 comentários para "URGENTE: governo Alckmin reage a bala contra nova terapia para dependentes de crack"

  1. Lívia Maria disse:

    Concordo com vc Gabriel, também acho, no mínimo, curioso. Tudo bem que a ação foi realizada por uma instância estadual, mas é muito suspeito que o município não tenha tido nenhuma informação sobre…Isso depois de o Programa “Braços Abertos” ter sido tão recentemente iniciado. Acredito que há muitas artimanhas a serem desvendadas nessa incógnita lamentável. Agora, desconfio imensamente da ingenuidade de Haddad. Tudo muito estranho, muito cruel. E quem paga o pato, claro, são sempre os usuários, pudera…

  2. Rodrigo Peplau disse:

    Como pode ser isso Gabriel, se o próprio Denarc reconheceu que não avisou ninguém e que não tinha a obrigação de avisar?

  3. Gabriel Pernambuco disse:

    Eu estava lá, agentes do DENARC alegaram que lá estavam para prender um traficante e o fizeram de forma truculenta… A população reagiu atirando caixotes de madeira e tijolos em direção a um carro preto de onde haviam saído os supostos agentes. A base da PM no local chamou reforço, pois entendeu que os populares estavam iniciando uma baderna generalizada sem motivo e as viaturas que vieram em seguida já chegaram disparando tiros de borracha e bombas de gás lacrimogênio. Acertaram a cabeça de uma garota chamada Priscila, aparentemente, sem motivo algum. Ela, ensanguentada, foi acompanhada por um agente de colete da Sec. de Saúde do município ao PS mais próximo da região. Enquanto isso, os “agentes da Polícia Civíl” distribuíam porrada nos usuários. Inclusive, derrubaram uma mulher grávida no chão e a chutaram brutalmente. Isso foi por volta das 13h30.
    A tenda “Braços Abertos” disse desconhecer o que estava havendo, mas, “magicamente” a grande maioria dos agente de saúde, tanto da Sec. Estadual quanto da Municipal, foram convocados para uma reunião na Sala São Paulo. Cerca de uma hora após a convocação, a Polícia Civil chegou com cerca de 10 viaturas, claramente no intuito de causar a desordem no local, numa espécie de vingança pela ação anterior (opinião minha), batendo e prendendo sem nenhum critério. A população se revoltou com contundência e atirou tijolos de concreto contra as viaturas, o que exaltava ainda mais os ânimos e a violência da Polícia Civíl. Cenas de guerra, sem exagero algum, os usuários de crack não entendiam nada, a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana disseram desconhecer a ação e o secretário de Haddad, Roberto Porto, ficou acuado dentro da Praça que abriga agora a tal base da PM.
    Podem alegar o que quiserem, eu estava lá, fui convidado a me retirar da tenda “Braços Abertos” cerca de 40min antes da ação. Carros da SSP e Sec. da Saúde, tanto do município quanto do estado, começaram a chegar e houve uma reunião entre os colarinhos brancos. Depois disso, as viaturas chegaram e todos já sabem o que rolou. Podem me descascar, mas no meu ponto de vista, todo mundo tava sabendo dessa ação, menos os usuários. No mínimo curioso…

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