Rio e SP entre metrôs mais custosos do mundo

Metrô de São Paulo: além de muito caro, cada vez mais congestionado e sujeito a atrasos

Metrô de São Paulo: além de muito caro, cada vez mais congestionado e sujeito a atrasos

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Duas viagens por dia equivalem a quase 10% da renda per capita mensal do brasileiro — o dobro de Paris, cinco vezes mais que em Buenos Aires

Por Bruna Bernacchio

Em época de aumento nos preços do transporte coletivo — e de saudáveis protestos contra eles — como avaliar se as tarifas são acessíveis à população ou exageradas? Aos poucos, estão começando a surgir respostas objetivas a esta questão. O site Mobilize publicou há dias, por exemplo, cálculos comparativos do economista Alcides Leite.

Ao converter os preços da passagem em diversas cidades do mundo para reais, Alcides demonstrou que São Paulo e Rio de Janeiro têm tarifas próximas às de outras metrópoles do mundo. Elas ficam abaixo das de Madri, Nova York e Paris, e bem acima das de Buenos Aires. O estudo de Mobilize  também fornece dados relevantes sobre as condições de validade de cada bilhete. No Brasil, por exemplo, ainda não há os descontos expressivos que muitos metrôs oferecem na compra dos passes mensais.

Porém, o trabalho de Alcides Leite não leva em conta um fator decisivo: quanto pesam as viagens no orçamento dos moradores de cada cidade. É um cálculo difícil, devido às desigualdades de renda: o metrô é muito mais acessível para um advogado que para um faxineiro ou zelador.

Ainda assim, é possível comparar a tarifa com a renda per capitade cada país. Em média, os norte-americanos ou franceses são financeiramente bem mais ricos que os brasileiros. Esta diferença, que influencia os conjunto dos preços em cada sociedade, deveria refletir também sobre a passagem do metrô.

Não é o que ocorre, infelizmente. Outras Palavras cruzou o gráfico de Leite com os dados do Fundo Monetário Internacional sobre a renda per capita  anual em dólares dos países do mundo.

As contas constataram que duas passagens diárias equivalem, por mês, a 9,31% da renda per capita do paulistano. No Rio (onde a tarifa é mais cara), o percentual chega a 9,62%. O comprometimento é mais de duas vezes superior ao de Paris (4,19%) ou Nova York (3,44); e quase cinco vezes mais pesado que em Buenos Aires (2,19%).

Os números revelam como a mobilidade é cara no Brasil. Ajudam a explicar por que a juventude — ávida de conhecer as cidades e se mover frequentemente pelo espaço urbano — é sensível aos aumentos. E deveriam ser levados muito seriamente em conta pelos governadores e prefeitos que pensam em aumentar tarifas…

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Um comentario para "Rio e SP entre metrôs mais custosos do mundo"

  1. Margarete Gava disse:

    diferenças

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