Os policiais que nos policiam

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Com a escolha de um dos líderes do massacre do Carandiru para comandar a ROTA, as palavras de Mano Browm ficam ainda mais atuais: “Adolf Hitler sorri no inferno”

Há alguns dias postei aqui um texto sobre os juízes que nos julgam. Segundo a Lei de Murphy, o que pode dar errado dará, e o que está ruim pode piorar. Ok, Murphy, você venceu. Nas edições da Folha e do Estadão de hoje (textos completos aqui) sai a estarrecedora notícia de que o novo comandante da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), setor mais assassino e racista de uma das polícias mais assassinas e racistas do mundo, agora será comandado pelo tenente-coronel Salvador Modesto Madia.

A notícia chocou até o direitoso Estadão, que explica: “Madia não é qualquer réu no processo. Depois do coronel Ubiratan Guimarães — absolvido da acusação de ser responsável por 102 das 111 mortes –, Madia e outros 28 policiais são acusados de matar 76 presos no Pavilhão 9 do presídio, que ficava no Carandiru, zona norte de São Paulo”.

Muitos comentários poderiam ser feitos sobre esta escolha, que diriam muito sobre a Justiça brasileira, o governo paulista e nossa “democracia”, mas creio que os fatos falam por si só. Não é porque não é surpreendente que deixa de ser revoltante. Em homenagem à escolha, lembro aqui de duas músicas, Diário de um Detento e Haiti, salientando as ainda atuais palavras de Mano Browm: “Adolf Hitler sorri no inferno!”.

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5 comentários para "Os policiais que nos policiam"

  1. Arthur Araujo disse:

    Esse é o preço que se paga pelo fato de o Brasil ainda não ter passado a limpo o período da ditadura civil-militar com seus crimes e sensação de impunidade em relação aos agentes da repressão, ou seja: a continuidade de um estado policialesco e repressor em relação aos” de baixo “-como diria Florestan Fernandes- e extremamente benevolente em relação às elites.

  2. Nascimento Costa disse:

    Vocês não sabem o que estão falando!! O Comandante estava cumprindo ordens, e nunca fez nada por vontade própria! Seu curriculum era exemplar, e foi INDICADO para comandar, pelo simples fato do seu POTENCIAL, sua descrição e pelo seu amor a policia e a defesa da nossa sociedade! PROCUREM SE INFORMAR!! <<N.E.: A última frase do comentário foi suprimida por conter ofensas e xingamentos>>

  3. JOSE RAIMUNDO HORA disse:

    ELES ESTÃO SORRINDO POR AQUI -ADOLFO HITLER E O DIABO
    NÃO ACREDITAM
    Eles venceram e vão vencer sempre; não são culpa deles, não! Vivemos numa época muito obscura, uma época dos cegos. Pior que
    uma elite que permite o roubo e o estupro, muito pior, é um pobre defendê-los com unhas e dentes, é um desgraçado de um pobre não gostar de estudar, é um desgraçado de um pobre defender tudo isso, é um desgraçado de um pobre não ter atitude!
    Eles estão sorrindo por aqui. Não precisam mais queimar livros, os pobres miseráveis, fazem por eles. Nas escolas públicas alunos jogam livros que recebem na lata do lixo ou vão jogando pelo caminho até suas casas. Não é difícil encontrar em muitas escolas de São Paulo, grades escritos desprezados pelos pobres: Guimarães Rosa, Aluísio de Azevedo, (Ele) Jorge Amado (tão acostumado com seus livros queimados), Eça de Queiros…
    Por aqui eles vão sorrindo, afinal, é como disse um comentarista no rádio: “é o povo mais burro do mundo”. Adolfo Hitler e o Diabo não acreditam, com tantas maldades, ficam perplexos, não foram capazes de tamanha maldade!
    Em resumo, a imprensa elitizada também adora falar de Adolfo Hitler, mas, não falam de George Bush, Judeus… vamos colocar outros nomes na parada! Será que Adolfo Hitler fez tanta maldade com seu próprio povo, com seu próprio país. Maldade por maldade, não só judeus, George Bush, os Anos de Chumbo no Brasil, pós-anos de chumbo… estes nem o Diabo!

  4. ANNA MARIA CASTRO disse:

    A filosofia é a mesma: criminalizar a pobreza e, desta forma, justificar o extermínio desses “incômodos seres” que “já nasceram com o estigma do mal”.
    É sempre assim: não há apoio para projetos de recuperação dos que, por algum motivo, caíram nas malhas da “justiça”. Mais fácil é exterminá-los. Com uma polícia como a nossa, isto é simples e muito fácil de ser concretizado.
    Na verdade, diante do que se tem visto, em grande parte das ações da polícia, leva-se a crer que um dos requisitos valorizados, por ocasião do ingresso nos quadros da instituição, é a capacidade de considerar o “outro” (especialmente o negro, e o que pertence às camadas mais pobres da sociedade), como um “nada”. Este não seria sujeito de direitos. Assim, “pode e deve”ser tratado com todo o rigor, justificando qualquer arbitrariedade.
    E ainda tem gente que acredita que no Brasil não existe racismo…

  5. Paulo disse:

    “Adolf Hitler sorri no inferno!”.

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