Quebrando tabus da cortina de fumaça

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Estudantes da USP que resistiram à ação policial pelo direito de fumar maconha não estão em busca de privilégios: a mobilização é pelo fim da militarização e do proibicionismo dentro e fora do campus

É inquestionável que 2011 tem sido um ano politicamente intenso. Egito, Tunísia, Líbia, Síria, Espanha, Portugal, Grécia, Itália, Chile, Estados Unidos, são inúmeros os exemplos de populações se levantando contra ditaduras políticas e econômicas. Guardadas as devidas proporções, no caso do debate específico sobre as drogas também podemos considerar o atual ano como marcado pelo ascenso.

Se 2010 terminou com o gosto amargo do conservadorismo pautando as eleições presidenciais e da derrota da proposição 19 num plebiscito que poderia legalizar a maconha na Califórnia, 2011 viu amplificar-se como nunca o debate por uma nova política de drogas no Brasil e boa parte do mundo.

A Marcha da Maconha venceu o obscurantismo e as balas da polícia e fez com que o STF a julgasse legal, filmes como Cortina de Fumaça e Quebrando o Tabu abordaram a temática sob um viés antiproibicionista, Chile e Israel liberaram o cultivo de maconha para uso medicinal, o Supremo Tribunal canadense decidiu pela legalidade das salas de uso monitorado de drogas, uma pesquisa apontou que metade da população estadunidense defende a legalização da canábis, a Grécia despenalizou posse e consumo das substâncias antes ilícitas, medida que completou dez anos em Portugal com resultados positivos comprovados na saúde pública.

No entanto, paralelamente a estes inegáveis e animadores avanços em escala local e global, vemos no Brasil o crescimento de um conservadorismo organizado que tenta tolher, por todas as vias, o nascimento destas necessárias mudanças há tanto tempo em gestação. A consolidação dos projetos de internação compulsória de usuários (pobres, claro) de crack no Rio de Janeiro e em breve em São Paulo, o apoio majoritário a iniciativas militarizadoras e hipócritas como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), o Exército nas ruas do Rio, o aberto apoio do governo Dilma Rousseff às comunidades terapêuticas e até mesmo projetos de lei que propõem a volta da pena de privação de liberdade para usuários no Brasil são alguns dos indícios de que, se estamos vencendo, ainda temos inimigos poderosos pela frente.

E, por mais contraditório que possa parecer, alguns deles estão alojados nas direções de duas das principais universidades de São Paulo e do país: a PUC e a USP. Se na primeira a repressão ainda se dá de forma branda, digamos num estilo Lula de “vigiar e sorrir”, como os próprios estudantes de lá já definiram e como ficou claro no fechamento da universidade diante de um “festival canábico”, na segunda a coisa degringolou para a mais explícita militarização, que torna a comparação com FHC até branda: o estilo está mais para Felipe Calderón, o presidente mexicano responsável por escalada de violência estatal impensável e inaceitável após 2006.

Escorada na comoção após o assassinato de um estudante da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) dentro do campus, a Reitoria dirigida por João Grandino Rodas — o mesmo que já fechou a Faculdade de Direito para impedir manifestações de estudantes e hoje é considerado persona non grata nas mesmas arcadas onde se formou — realizou convênio com a Polícia Militar paulista (aquela que só não é a mais assassina do Brasil porque existe o Rio de Janeiro) para que esta realizasse a “segurança” do campus. Não é preciso muita imaginação para imaginar sob quais parâmetros racistas e autoritários se dá este trabalho.

Poucos meses depois de iniciada a intervenção, inúmeras reclamações de abusos já pipocavam aqui e ali até que no dia 27 de outubro centenas de estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) avançaram sobre estas fardas de tão tristes histórias após a prisão de três garotos que se preparavam pra fazer a cabeça antes de ir pra aula. A questão ia além do (legítimo) direito de decidir pelo próprio corpo: a revolta tinha como alvos a militarização do cotidiano universitário empreendida pelo governo estadual e pela Reitoria.

O argumento de que estão apenas cumprindo a lei inicialmente pode aparentar coerência. De fato, não cabe ao movimento demandar ordenamentos jurídicos diferentes do aplicado ao resto da sociedade, isso seria uma reivindicação por privilégio.

No entanto, lembremos em primeiro lugar que a lei nunca foi, e nem é possível que seja, aplicada de forma igualitária. Os aparelhos de repressão procedem de forma seletiva, e invariavelmente voltam-se para os setores pobres da população. Neste caso, aparentemente não estamos diante disso, afinal infelizmente o público estudantil da USP é cada vez mais elitizado. No entanto, a medida ainda é seletiva, e provavelmente visa incidir sobre os grupos politicamente organizados e contestadores do modelo de universidade implementado utilizando o combate às drogas como justificador. Ou a PM está fiscalizando todos os locais onde há consumo e comércio de drogas na cidade? Se sim, parece que eles nunca ouviram falar da Vila Olímpia, da Granja Vianna ou dos Jardins, por exemplo.

Além disso, entende-se perfeitamente que é impossível para gestores educacionais serem “coniventes” ou “permissivos” com condutas ilegais. Faz parte de sua função tomar medidas, ou fingir tomá-las, para responder aos anseios sociais de cumprimento das leis. Isso não é sinônimo de polícia. Estudei por quatro anos na Faculdade Cásper Líbero, e jamais vi alguém consumindo drogas ilícitas na faculdade, e para isso nunca foi necessária a presença policial. Os inspetores — lá chamados de bedéis — cumpriam a função de zelar pelo estatuto da faculdade sem necessitarem de gritos, fardas, bombas de gás ou cassetetes. A presença policial é absolutamente incongruente não só com um projeto pedagógico mas com o próprio uso do cérebro humano. Ela representa a vitória da força sobre o diálogo como forma de resolver os conflitos. Com o “pequeno” agravante de não resolver nada e só criar mais problemas.

Por isso, o que está em jogo na revolta estudantil da quarta-feira, 26 de outubro, é muito mais do que o interesse ferido de jovens que queriam fumar seu baseado — como a mídia finge estar acontecendo. A questão vai além, e configura-se num duplo aspecto de debate e mobilização: desmilitarização do campus e da cidade (não esqueçamos do império de pequenas leis que Kassabs, Serras e Alckmins têm aprovado tornando qualquer convivência coletiva nas ruas passível de punição) e fim da política proibicionista sobre drogas, novamente dentro e fora do campus.

As reivindicações estão longe de defender a USP como território de exceção ou livre das leis. Pelo contrário, o que elas buscam é, ao reagir sobre a ofensiva militarizada dentro da universidade, questionar também os marcos em que poder, repressão e controle social se conjugam num contexto mais amplo e extremamente injusto. A proibição das drogas é um elemento neste complexo quadro, pintado também com as tintas da exploração, do racismo, do autoritarismo, da corrupção, da violência estatal, do machismo, da homofobia e do fundamentalismo moral. É isso que os estudantes querem discutir, e é isso que deve ser discutido. Nas ruas, claro.

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23 comentários para "Quebrando tabus da cortina de fumaça"

  1. Baixar o Documentário – Cortina de Fumaça – http://is.gd/vb61Z6

  2. Valdir disse:

    Aqueles alunos ao entrarem para USP mostram muita responsabilidade, muita inteligência, para verificar isto tente resolver a prova do vestibular que eles resolveram.
    Da USP sai conhecimentos que te vestem, que te locomovem, que te alimentam, que dá ao Brasil competitividade.
    Mas pessoas inteligentes percebem segundas intenções. A PM não está lá para segurança, estão lá para intimidar o espírito contestador.
    Já pensou se toda a sociedade paulistana percebesse que o IPVA dela é o mais caro do Brasil, tem que pagar em janeiro, enquanto nos outros estados se parcela suavemente durante o ano e que mesmo assim qquer voltinha para o interior do estado vc entrega o salário todo em pedágio. O q está acontecendo com as feirinhas da madrugada PM nos comerciantes. Terras públicas estaduais sendo entregues aos amigos do poder. PM em quem denuncia.
    Mas ninguém percebe e todos aceitam e ai, nem se discute as propinas ai geradas. Se alguém percebe PM nela.

  3. Eduardo disse:

    Meu! cada um sabe o que faz… Por mim Fumem ate morre!
    Libera logo e vamos ver no que dá…caso de merda, proibe novamente! fato! kk

  4. Kim disse:

    Para esclarecer, os argumentos do Julio sobre a militarização do campus vão muito além da repressão dos alunos que estavam fumando maconha. Devemos levar em conta diversos outros aspectos que vem sendo discutidos na USP, mas que não são noticiados, assim como medidas paradoxais de segurança adotadas pela reitoria que inclusive não inibe a ação de bandidos na universidade, vide que no dia do assassinato do estudante da FEA, havia uma blitz da PM na rua da própria FEA, que mesmo assim não inibiu a ação dos bandidos, vide também casos recentes, de 3 semanas atrás, quando a vivencia da ECA foi assaltada. Devemos primeiro esclarecer que a universidade por conta do formato do seu campus já se fecha geograficamente e muitas vezes ideologicamente ao convívio da cidade. Em um debate ministrado por professores e alunos da FAUUSP ontem, notei claramente que o problema é muito maior e há medidas eficazes de resolvê-lo sem que seja necessária a ação da polícia. A reitoria, assim como as diretorias das faculdades promovem ações de diminuição do tempo de estadia dos alunos nas unidades assim como restringem a entrada de pessoas a partir das 20h nos dias de semana e das 14h no sábado, sendo restrito o dia inteiro no domingo. Um local vazio é muito mais propicio a ação de bandidos do que um constantemente vigiado, o urbanismo pós-moderno já prega isso, a ocupação e participação nos espaços dificulta a ação de bandidos, pelo menos esses ocasionais que atuam na USP. Não sou ingênuo também a ponto de achar que essa é a única solução, senão as favelas seriam seguras devido à alta densidade populacional, mas é a análise de atitudes administrativas como essas, principalmente quando se aplicam aos estudantes que percebemos a tentativa de uma desarticulação estudantil, sei que pra quem está de fora e com a visão que a mídia passa, parece mesmo que os manifestantes são um bando de vândalos e desordeiros, mas como já disse um policial na ultima greve geral da USP “Tenho ordens diretas do governo do estado para prender os líderes dessa manifestação política”, vocês conseguem perceber a gravidade disso? Apesar de não ser na mesma intensidade de tempos atrás ainda existe manifestações constantes na universidade, seja por desagrado contra medidas tomadas pela administração, ou por reivindicações dos funcionários, e querendo não perder esse direito de se manifestar e se organizar. Há muito mais a ser discutido, principalmente a respeito da ilegitimidade da administração do reitor por não estar perdendo base de apoio na universidade por conta das suas ações, sendo algumas até ilícitas. Acho muito valida essa discussão e acredito que por intermédio de meios de comunicação como esse conseguiremos tirar esse assunto só de dentro da universidade e difundi-lo pela cidade.

  5. Caro Ednei, sem querer ser deselegante mas acho seu comentário interessante exatamente pela contradição que apresenta. Como você pode achar que as pessoas estão se manifestando apenas para fumar maconha se depois você mesmo aponta, de forma absolutamente correta, que quem quer fumar maconha hoje em dia já o pode fazer mesmo sendo proibido? Hmmm, então o que está em jogo pode ser algo mais não pode? Pode ser por exemplo uma demanda pelo fim (ou ao menos importante diminuição) da violência causada pela ilegalidade de um comércio com permanente demanda, não? Ou por tirar do Estado um instrumento de criminalização seletiva da população? Ou por retirar dos três poderes um elemento de corrupção? Ou pela retirada de um elemento de intervenção militar na política global? Ou pelo fim da intervenção do Estado nas vidas privadas? Ou por uma política de saúde pública que respeite os direitos humanos e a inteligência dos pacientes? Ou pela desmilitarização do cotidiano paulistano, seja na univeersidade, seja no centro, seja nas periferias? Veja como, por trás da questão da maconha e das drogas, há pontos muitíssimo importantes.

  6. Ednei disse:

    Júlio. Tudo bem?
    Existem outras maneiras mais inteligentes de se protestar, agindo e não reagindo, como fizeram os alunos da USP. É justo que defendam a sua causa, mas o fizeram de um modo que jogou a imprensa e a sociedade para cima deles mesmos. PM não é segurança patrimonial privada. Querer expulsar a polícia dessa forma, ignorar a votação da maioria e invadir a reitoria são atos democráticos um tando distorcidos. Aliás, a USP não é um lugar democrático na prática, o vestibular da USP não é democrático na prática e uma boa parcela dos alunos que estudam na USP não estão lá por um processo democrático na prática. Na USP, a democracia é tese. Quem possui um ideal e pretende praticar isso em sua vida, deve também estar ciente das consequências que isso engloba. O que aconteceria com esses três alunos detidos? Ficariam presos? Não! Ficaram presos? Não! Os alunos da USP podem e devem protestar por seus direitos, só não consigo concordar com a prioridade. Será que a maconha é mais importante que todas as outras coisas a ponto de causar tudo isso? Sei não, mas acho que os alunos da USP já foram mais coerentes, eles perderam a noção de seu poder, perderam a noção daquilo que realmente podem fazer. Protestar por maconha é no mínimo um sinal de que falta uma boa causa, ou de que já eles não são mais capazes de identificar as causas verdadeiras que fizeram da USP um local intocável pelo Estado. Não pela independência ou pela burguesia que lá predomina, mas pelo medo que os governantes sempre tiveram dos estudantes. Erraram na forma e exageraram no conteúdo. Afinal, quem fuma maconha, fuma. Com lei ou sem lei.

  7. Júlio disse:

    Caro Irany, sua perspectiva é bastante enviesada em minha opinião. Em primeiro lugar você confunde uso com abuso. Segundo dados do CEBRID cerca de um quarto da população adulta do Brasil ADMITE já ter usado drogas ilícitas ao menos uma vez na vida (por conta da estigmatização que envolve o tema certamente o índice é maior). Você acha que um quarto do país é dependente? Não, ou seja, há usos que não causam dependência, e estes devem ser respeitados. Além disso, os problemas que você aponta, como sustentar o tráfico ou donos de clínicas particulares, são decorrência DA PROIBIÇÃO. Com uma regulamentação do comércio destas substâncias o tráfico perde grande parte de sua viabilidade financeira e militar. Além disso, com o governo tratando a questão de forma aberta, franca e calcada na redução danos, por um lado a dependência poderia diminuir (suposição) e por outro haveria tratamento GRATUITO oferecido pelo Estado, o que enfraqueceria muito o lobby e a atuação destes senhores como Ronaldo Laranjeira, por exemplo. Assim, quem não está vendo o que está como pano de fundo é você, pois há muito mais coisas sustentando o proibicionismo do que uma mirada calcada no senso comum pode captar.
    Obrigado pelo comentário, um abraço,
    Júlio

  8. Irany disse:

    Julio,
    Entendo o seu ponto de vista. Mas você não acha que esse episódio foi um ato de imaturidade, pois o resultado foi dar asas à cobra? Com ou sem maconha, o que se deve desenvolver é a capacidade de enxergar além do que está escrito. É fato que a polícia comete abusos. Mas também é fato que, bem ou mal, ela exerce seu papel de segurança pública. Assim como é fato(científico ou não) que as drogas(lícitas e ilícitas) causam danos porque viciam e o vício leva à degradação humana, tornando-a foco das políticas repressivas e presa dos donos de clinicas particulares que estão prontos para enriquecerem às custas dessa degradação. Percebe a cadeia econômica que tem no jovem(alienado/viciado) um potencial cliente: primeiro o traficante, depois o dono de clínica pronto para recebê-lo(extorquir) ou as ruas, para quem não pode pagar o absurdo que cobram para “curá-lo”? E o local de maior concentração desse potencial cliente, infelizmente são as Universidades. Isso é preocupante! Não o fato de usar maconha em si. Mas sim o fato de fazer uma mobilização sem perceber o pano de fundo. Isso é massificação. Cuidado com os apoiadores! Podem ser pescadores com redes armadas prontos para colher cardumes inteiros. Sem contar que um embate é prova de imaturidade, incapacidade para o diálogo. E se é imaturo ou incapaz, é dever da segurança pública proteger. Logo, perderam a razão.

  9. Leonardo disse:

    Belíssimo texto, demonstra o quanto cafonas são nossos ditadores pseudo-democráticos – Serra, Kassab, Sérgio Cabral. Sempre precisarão da desculpa fatídica de combate ao tráfico de drogas, quando na verdade o seu real objetivo é confundir e impedir as manifestações políticas, que muitas vezes fogem ao controle dos partidos e instituições burocráticas.
    É preciso rechaçar as políticas da alta burocracia universitária cafona, que se ampara em decretos caquéticos e de profundo carrancismo para fichar, delatar, processar e expulsar os estudantes, trabalhadores e professores que questionam as políticas de privatização da universidade pública.

  10. antonio disse:

    parabéns pelo texto, só lamento que alguns comentários não conseguem dialogar no mesmo nível de análise.
    Parece que com diz Bosi ” qunado as condições o permitem, as impressões iniciais são corrigidas e tornam-se mais inteligíveis à luz de novas experiências.”
    Confiamos nas instituições que nos socializam: eis a razão das nossas primeiras crenças e atitudes.Que preço teremos de pagar, psicologicamente, pela insubmissão?
    A mudança de atitude exige uma reorientação intelectual, um rompimento com os vinculos sociais.A atitude é um sistema estável, uma organização de experiências sobre um objeto. É uma estrutura hierarquizada, em que as partes se relacionam entre si e com o todo. Mas é também uma estrutura semi-aberta que é parte de um contexto mais amplo.
    Os fatos não assimilados continuam a causar tensão.E a estabilidade que se obtém é artificial.”

  11. Thami disse:

    Júlio. Muitíssimo obrigada pelo texto. Ficou ótimo. Verbalizou quase tudo o que venho me emputecendo com a mídia e reaças em geral nos ultimos dias. Valeu.

  12. Adelson disse:

    Prezado Júlio Delmanto,
    Uma coisa é falar da possibilidade de segarantir o mínimo de segurança (através da presença da PM) de um local restrito como o USP, outra coisa é falar de uma cidade complexa como a de São Paulo, não achei prudente sua comparação. Estudo numa Universidade Federal, durante o período diurno, convivemos com segurança armados diariamente, sou a favor de ter segurança, mas não armado, qual a vantagem de se ter seguranças armados? porém eles estão lá e garanto que 99,9% dos alunos aprovam sua permanencia, desta forma duvido que essa opinião NEGATIVA quanto essa militarização da USP seja unânime entre os estudantes daquela instituição.

  13. Nelson, a escravidão também era prevista em lei, espero que isso não baste para você a considerar legítima ou “certa”. As leis não são eternas nem foram escritas por Deus, para mudá-las basta querermos. E um dos instrumentos mais eficazes nestas transformações é a desobediência civil. Quanto a proibição do tabaco, não vejo NINGUÉM defendendo isso. O que se está implementando são restrições, como de publicidade ou uso em lugares fechados, mas nenhuma pessoa minimamente racional acredita que se deva proibir produção, distribuição, comércio e consumo de tabaco, encarcerando e assassinando os envolvidos neste mercado, ne nao?

  14. nelson ramos disse:

    O uso de maconha é ilegal e por tanto, se os alunos foram pegos em flagrante, devem ser devidamente punidos…Assim como qualquer pessoa.
    Errado é errado, não importa se é por meliante ouuniversitário.
    Lembrando que a policia está no campus por solicitação dos mesmos pois estão havendo assaltos e até morte no local. E essa é função da polícia.
    Outro ponto querem liberar as drogas e proibir o cigarro!!! Não tem algo errado nesta filosofia de vida não?!

  15. Enrique, se é PASSÍVEL não quer dizer que necessariamente vá ser criminalizada. Segundo, se os bedéis agissem de maneira violenta e descriteriosa certamente esta seria a reação dos estudantes, e seria correta. Terceiro, AGORA, HOJE, há pessoas sendo roubadas, agredidas, estupradas e mortas em toda a cidade. O que a polícia faz a este respeito? (Para além, claro, dos casos em que ela mesmo está roubando, agredindo, estuprando e matando?)

  16. Juarez, leia o texto com mais atenção, ele diz exatamente que a questão vai muito além do direito de usar drogas. Aguardo outro comentário após uma leitura atenta, um abraço, Júlio

  17. Caro Adelson, antes das respostas creio que nos cabe fazer as perguntas corretas. Por exemplo: polícia é sinônimo de segurança? São Paulo é uma das cidades mais policiadas do Brasil, e também uma das mais violentas (e certamente não por coincidência, é so olhar os índices de violência policial – isso os oficiais, se pegarmos o que está por baixo do pano então…). Logo, se olharmos com um mínimo de atenção para a realidade veremos que esta não é uma boa resposta. Como envolver a comunidade acadêmica num projeto de segurança que ao mesmo tempo não isole a universidade (uma vez que ela é pública) nem desrespeite seus frequentadores e seus direitos? Acho que perguntando as coisas neste tom certamente caminharemos para algo próximo de uma solução… com a vantagem de ter sido obtida através do diálogo e de não criar efeitos colaterais tão nefastos como a presença militarizada da polícia, em minha opinião. Obrigado por comentar, um abraço

  18. Rogério Fernandes disse:

    Manifestação na USP e dos indignados na Cinelândia vários jovens (18 a 29 anos) ocuparam a praça da CineLândia, pós-adolescentes abobados por discursos de falsa liberdade. Na Cinelandia, com cartazes do arco-íris, dos sem-terras e um com o desenho de um orgão genital fenino aberto fazem suas manifestações com malabares e fumando maconha. Ridículo, que manifestação é essa? Compram no Mc Donlads do lado e exibem seus Ipads dentro da loja e restaurantes da região. Não usam roupas de marca, mas se vestem como pessoas pobres para dá um ar de alternativos. Porém, provavelmente, somente 10% são pessoas de baixa renda o resto é classe média revoltada que daqui a dez anos seram extremamente consevadores e estarão investitindo na Bolsa de Valores.
    Alguns dessse jovens estão lá para promover a si mesmos e galgaram cargos políticos de esquerda.
    Protestar assim é mole e hipócrita, só ficam dando alfinetadazinha no sistema.

  19. Enrique disse:

    ” tornando qualquer convivência coletiva nas ruas passível de punição”. mentira das brabas. o governo do alckmin já concedeu ao movimento GLBTT, por exemplo diversas liberdades de manifestação e, inclusive, um “disk denúncia da homofobia”.
    em segundo lugar, é perfeitamente imaginável qual seria a atitude dos estudantes se, em vez da polícia, fossem usados “bedéis”: logo começaria o berreiro contra a “vigilância”, foucaltianos escandalosos esgrimindo os seu exemplar de “vigiar e punir”, berrando que estão em um “Panópticon”. são pessoas egoístas, incapazes de empatia para com as vítimas dos crimes.
    em terceiro lugar, todos esses defensores do “movimento” cantam a mesma musiquinha melosa: “desmilitarizar”, “queremos paz”, mas não são eles que estão treinados nem habilitados para encarar alguém em posse de um arma agindo criminosamente dentro do campus. a sua única proposta (há séculos) é dizer que o brasil tem um problema “estrutural” que deve ser resolvido, dizer que a criminalidade é consequência da exclusão social. a veracidade disso não justifica ficar “barrigando” o problema imediato: AGORA, HOJE, há pessoas sendo roubadas, agredidas, estupradas e mortas no campus da USP. não é possível esperar pela solução da exclusão social para agir contra criminosos que agem neste momento. e como bem devem saber os apoiadores do “movimento”, pobreza não é a única causa da criminalidade, há pessoas que não precisam cometer crimes como os acontecidos na usp e mesmo assim os cometem. os casos de estupro, então, nem podem ser relacionados com problemas sociais, mas sim com patologias mentais.

  20. Seane Melo disse:

    Não tomo partido no quesito legalização de drogas, mas acredito, sim, que este é um argumento usado para enganar muitos pessoas. Os alunos não são os culpados do aumento da violência no campus. basta perceber como várias medidas que deveriam ter sido tomadas pela Reitoria, como melhorar a iluminação do campus, não foram tomadas.

  21. Adelson disse:

    … assim, como levar segurança aos alunos e frequentadores do referido campus da USP, se não for através da presença da PM?, uma vez que com a morte do jovem estudante, ficou provado a necessidade de uma política efetiva de segurança, essa pergunta não não foi respondida pelo texto.

  22. juarez disse:

    Pelo comentario postado acima, vemos que esse País vai ser governado por pessoas irresponsáveis, se querem fazer uso de drogas, porque não o fazem na casa deles, na cozinha enquanto fazem as refeições diante de seus parentes que aprovam, universidade é pública portanto, não é local pra vandalos, o reitor deveria expulsa-los, e encaminhar a tratamentos, e deixar quem estuda realmente.

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